Fotos: Paulo Pinto e Naira Bairros | Projeto Caminhos da Sagrada Resistência
Uma das mais belas manifestações na programação do Novembro Negro é a Caminhada pelo fim da violência, contra o ódio religioso e pela paz, organizada pelos terreiros sediados no Engenho Velho da Federação. Amanhã, quarta-feira, 15, ela chega à sua 19ª edição.
O ponto de encontro é o monumento em homenagem a Doné Ruinhó, uma das grandes sacerdotisas do candomblé baiano e que liderou o Bogum. A homenagem fica no final de linha do bairro. A concentração para a saída começa às 14 horas.
O roteiro da caminhada inclui a Rua Apolinário Santana, Avenida Cardeal da Silva, Avenida Vasco da Gama, Ladeira Manoel Bonfim, dentre outras localidades. A cada trecho, os terreiros localizados nesse trajeto trocam saudações com os participantes, como o Tanuri Junsara, Terreiro do Cobre, Odé Mirim, Gantois, Oxumarê, Casa Branca, Tumba Junsara, Patiti Obá, dentre outros.
Roteiro
A caminhada surgiu em 2004 devido a uma onda de ataques de evangélicos neopentecostais a terreiros situados no bairro. O Engenho Velho da Federação, apesar da suas dimensões reduzidas como território, concentra um expressivo número de comunidades afrorreligiosas reunindo as variadas tradições do candomblé (angola, ijexá, jeje e ketu), centros de Caboclos e de umbanda. Esse é um dos motivos para o bairro ser considerado um quilombo urbano.
Na edição desse ano, a caminhada tem como tema “Encontro de Gerações” destacando a participação desde a sua organização e realização de idosos, adultos, jovens e crianças. Uma das ações de divulgação, por exemplo, consistiu em vídeos com representantes dessas várias gerações fazendo o convite. Os participantes marcham com suas roupas de candomblé na cor branco. Confira o perfil do projeto de memória da Caminhada, Caminhos da Sagrada Resistência, no Instagram (@caminhosdassagradaresistência).