Cleidiana Ramos celebra seus 25 anos de jornalismo em Salvador

Na próxima terça-feira, 19, às 19 horas, na Casa do Benin, Pelourinho, em Salvador, Cleidiana Ramos vai celebrar 25 anos de sua carreira no jornalismo. A programação inclui o lançamento de dois livros de sua autoria: Cibervida, Cibermorte,  Cibersorte e a segunda edição de Os Caminhos da Água Grande, que é resultado do seu trabalho de final de curso em jornalismo e que também completa 25 anos.

Cibervida, Cibermorte, Cibersorte é uma coletânea com histórias ligadas a conflitos, tensões, acertos e redenção a partir da interação com tecnologias da informação e comunicação. O livro está dividido em três capítulos intitulados “O Livro dos Demônios Incoerentes; o Livro dos Arcanjos Caídos e o Livro dos Encantados. Ao final de cada história há sugestões de músicas, filmes e outras produções culturais que têm relação com as histórias.

“Essa é a minha primeira experiência no campo da ficção, embora eu considere que poderiam ser situações que estariam como pautas de grandes reportagens. Nelas tem conexões com as minhas leituras preferidas, séries e reflexões em um campo que é uma das minhas áreas de pesquisa”, conta Cleidiana Ramos.

O livro-reportagem intitulado Os Caminhos da Água Grande conta as histórias do município de Iaçu, terra em que Cleidiana Ramos cresceu. A obra é resultado do seu trabalho de final de curso em jornalismo, orientado pela professora Rosângela Vieira Rocha, escritora e autora de livros  como Véspera de Lua, O Indizível Sentido do Amor e Nenhum Espelho Reflete seu Rosto.

O livro está dividido em quatro capítulos que retoma os quatro elementos. Ele aborda a formação do território do município; as lutas pela posse da terra que resultou em um movimento de trabalhadores rurais que uniu política e estratégias criativas; a relação de Iaçu com o trecho do Rio Paraguaçu que o atravessa e sugestões de soluções para os problemas socioeconômicos enfrentados pela localidade.

“Nesta segunda edição decidi que não iria fazer alterações, pois o livro dialoga muito com o contexto de 1998. Mas nessa nova edição há algumas notas que trazem novas informações sobre os elementos históricos, sobre o Paraguaçu, dentre outros temas”, explica Cleidiana Ramos.

Projeto I-Omi

A comemoração dos 25 anos de carreira no jornalismo de Cleidiana Ramos foi viabilizada por meio do projeto I-Omi. O termo é uma junção do elemento “I” que na língua tupi pode ser traduzido livremente como “Grande”. Já “Omi” é uma palavra em iorubá para água. Essa junção dos termos traduz as duas referências territoriais e de identidade da jornalista: o sertão e a herança afro-brasileira.

O projeto começou a ser desenvolvido em maio e contou com uma série de lives no Instagram onde Cleidiana Ramos recebeu colegas de profissão e profissionais que dialogam com as áreas do conhecimento sobre as quais costuma escrever. Uma campanha de crowdfunding hospedada no site Catarse reuniu parte dos recursos para a publicação dos livros. O projeto também resultou em um site homônimo e contou com a parceria da Prefeitura Municipal de Iaçu por meio das secretárias de Cultura, Comércio e Turismo e de Educação.

 Bio

Cleidiana Ramos nasceu em Cachoeira, mas cresceu em Iaçu, município do território de identidade Piemonte do Paraguaçu. Ela  é jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom-Ufba), mestra em Estudos Étnicos e Africanos pelo programa mantido pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba (Pós Afro) e doutora em antropologia pela mesma instituição (PPGA- Ufba).

De 1998 a 2015, ela integrou a equipe de reportagem do jornal A TARDE de onde foi repórter especializada em religião, culturas e cobertura étnico-racial. De 2003 a 2015 participou da concepção, reportagem e edição dos especiais para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, projeto vencedor de prêmios como o Prêmio Banco do Nordeste (2009) e Abdias Nascimento (2013).

Atualmente, Cleidiana Ramos tem se dedicado ao magistério no ensino superior. É professora visitante no Campus XIV da Universidade do Estado da Bahia, localizado em Conceição do Coité. Suas pesquisas são no campo da Antropologia da Festa, Antropologia das Religiões, Cibercultura, Jornalismo Literário e Webjornalismo.

Cleidiana Ramos coordena A TARDE Memória, um projeto multimídia do Grupo A TARDE com inserções em A TARDE FM, Portal A TARDE e Jornal A TARDE; e REC, um programa hospedado no Youtube. Além disso está realizando a curadoria do acervo do Cedoc A TARDE.

Casa do Benin

A Casa do Benin é um equipamento cultural da Fundação Gregório de Mattos, que valoriza as relações culturais afrodiaspóricas. Fundada em Salvador, no Pelourinho, no dia 6 de maio de 1988, teve em seu projeto nomes como: Arlete Soares, Gilberto Gil, Pierre Verger, Lina Bo Bardi, Mário Kertész, entre outros.

Concomitantemente foi criada a Casa do Brasil, em Ouidah no Benin, com o objetivo de serem espaços de produção e movimentação de pensamentos, artes, pesquisas, intercâmbios e laços políticos entre os dois países.

Atualmente a Casa é composta pelo Espaço Museal Pierre Verger com uma exposição permanente, que é constituída por peças adquiridas no Benin e integram o acervo da Casa, juntamente com obras do antigo Museu da Cidade de Salvador. No segundo piso, a sala de Exposição Lina Bo Bardi, recebe ocupações e exposições temporárias. No auditório Gilberto Gil acontecem aulas, oficinas, rodas de conversa, exibição de filmes, entre outras atividades.

No espaço anexo ao prédio principal fica o Espaço Etnogastronômico Angélica Moreira, onde acontecem diversas ações, com foco em eventos gastronômicos. Faz parte do conjunto arquitetônico a Casa do Representante, com uma sala multiuso, que recebe cursos de dança, teatro e performance e é ocupada pelo grupo Capoeira Gangara. Há também um terraço, com uma vista muito especial do centro histórico.

A linha curatorial da casa visa enaltecer, celebrar, fomentar, artes, saberes e fazeres afrodiaspóricos, as exposições e ações buscam trazer diálogos entre Brasil e Benin através das suas histórias, filosofias, culturas, cosmovisões, cosmogonias, diferenças e semelhanças. A Casa do Benin tem importância histórica e contemporânea no processo de construção de novas narrativas sobre o continente Africano e o Brasil.

 

Serviço:

O que: Comemoração dos 25 anos de Jornalismo de Cleidiana Ramos

Quando: 19 de dezembro de 2023, (terça-feira), às 19 horas.

Onde: Casa do Benin, Pelourinho, Salvador, Bahia.

Lançamentos:

Os Caminhos da Água Grande ( 2ª edição), Egba, 2023

Cibervida, Cibermorte, Cibersorte, Egba, 2023.