Nesta terça-feira, 19, o projeto I-Omi vai realizar uma live em formato especial. O objetivo é marcar a celebração dos 350 anos de João Amaro, distrito de Iaçu. O convidado é o doutorando, mestre em História Social e professor, Solon dos Santos. Ele é autor do livro intitulado Os Payayá nos Sertões das Jacobinas (1651-1706). A live vai acontecer a partir das 19 horas no perfil @cleidianaramos no Instagram.
Solon dos Santos é especialista em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica (modalidade Ead) pelo Instituto Federal do Espirito Santo (IFES- Campus Colatina), especialista em Docência Universitária pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb)- Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia-Campus XVI, localizado em Irecê e em Inclusão e Diversidade na Educação (modalidade Ead) pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É licenciado em História pela Uneb- Departamento de Ciências Humanas-Campus IV, sediado em Jacobina, professor da Educação Básica e Profissional e pesquisador com experiência em História Indígena e Mundos do Trabalho e Sindicalismo Rural.
Memória local
As pesquisas do professor Solon dos Santos encontra conexões com a formação do território do município Iaçu no contexto das chamadas Guerras dos Sertões da Bahia. João Amaro foi uma sesmaria doada como recompensa por serviços prestados à coroa portuguesa pelos sertanistas de contrato que tiveram como uma de suas principais ações o genocídio de povos indígenas para consolidar o domínio português no interior baiano.
Por conta de uma documentação reunida por Valdemar Ferraro (1920-2015) é possível encontrar detalhes da formação do território do município de Iaçu. Uma das informações é uma portaria expedida pelo rei de Portugal, Dom Pedro II, que elevou à condição de vila uma povoação com casas, curral e uma capela dedicada a Santo Antônio, fundada pelo paulista Estevão Ribeiro Baião Parente. Mais tarde em 1694, o filho de Estevão reivindicou a posse dessas terras que transformou em uma fazenda para criação de gado. O proprietário da sesmaria, João Amaro Maciel Parente, também paulista, reivindicou a propriedade afirmando que seu pai fez a povoação no contexto da luta contra os chamados “bárbaros” ou “gentios”, ou seja, os povos indígenas que habitavam o local onde hoje está o distrito que ficou com o seu nome.
João Amaro é, portanto, uma das mais antigas vilas de origem colonial da Bahia. A igreja da localidade, que é dedicada a Santo Antônio, é citada nessa portaria de 1674 como capela. Em 2002, a igreja foi reconhecida como bem cultural da Bahia pelo IPAC.
Ações culturais
O projeto I-Omi foi desenvolvido pela jornalista e doutora em antropologia, Cleidiana Ramos, de maio a dezembro do ano passado para comemorar seus 25 anos de carreira no jornalismo. As lives fizeram parte do projeto assim como desenvolvimento do site e lançamento da segunda edição de Os Caminhos da Água Grande, um livro-reportagem derivado do seu projeto de conclusão do curso em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e Cibervida, Cibermorte e Cibersorte, uma coletânea de histórias que têm a cibercultura e a pandemia de coronavírus como pano de fundo.
A publicação dos livros foi resultado de uma campanha de crowdfunding dentre outras ações. Participaram das lives diversos jornalistas e especialistas que dialogam com as áreas de produção de conteúdo da jornalista, como antropologia da festa, antropologia das religiões, cibercultura, memória social, dentre outras.